Andarilhos do céu

Publicado: 04/04/2011 em Diário poético

Posso te conhecer no tempo e aos poucos…

Porque logramos perfazer

Afastamentos

Posso vislumbrar facetas invisíveis tuas

Porque na proximidade

Também se cega…

Posso projetar, inventar, e até me enganar!

Já que padeço de (te) desejo

E de desajeitar…

 

Mas nos rastros dos próximos passos…

Assim do horizonte seguindo pra trás,

Bem podíamos positivar nosso mistério

Re-afirmando um periódico ritual

Para além do alimento dos corpos,

E de alargar o contorno das almas, divididas

Regar de afeto nossos espíritos

– Ligados e livres –

Como um despretensioso “happy hour”

Numa estação espacial!

comentários
  1. Jessy disse:

    Muito bom esse!

    Lembrou-me do tempo em que eu escrevia
    E que a vida era uma fantasia
    O tempo é algo que não volta mais
    Ao invés de espera, vá atrás.

    Um abraço,
    Lars

    • adeuscafofo disse:

      Será que o tempo da fantasia, de forma nenhuma, nunca mais volta?
      Será que o tempo do que quer que seja, do fantástico ao drástico, nunca mais volta?
      Será que a gente é que dá a volta no tempo, pra trás, pra frente, pra fora e pra dentro, e que tudo isso se mistura?
      Será que quando a gente quer ir atrás, a gente não acaba indo na frente?
      Quantas perguntas suas palavras despertaram, Lars…
      Sei não, mas acho que vc não devia parar não!

      Abraço!

  2. Jessy disse:

    Será que quando a gente quer ir atrás, a gente não acaba indo na frente?

    Essa frase me deixou confusa, será????

    Talvez eis a questão ir na frente, quando queremos algo ficamos tão empolgados que acabamos por ver só o que queremos, não conseguimos ver a vida como uma “gestalt” se é que você me entende!

    Isso me fez lembra o texto de identidade, pois me da a impressão de um um devaneio desmedido, pois somos frutos de nossas escolhas e queremos que as coisas aconteçam rápido, fora que hoje nesse novo tempo em que vivemos, faz com que sem perceber a gente coloque mesmo os carros na frente dos bois…pois a gente nunca sabe quando temos que ir com calma ou depressa, ou será que sabemos? porém fingimos que não.

    Um abraço!

  3. Jessy disse:

    Sei não, mas acho que você não devia parar não!

    Não sei! Existem limitações na vida, nós só podemos seguir em frente quando o semáforo está verde, quando amarelo temos que ir reduzindo e vermelho temos que parar! E em minha opinião a mudança é o grande segredo da evolução humana. Esse “parar” pode significar muitas coisas na nossa vida, como por exemplo: um fora de alguém que estamos gostando, entre outras coisas claro. Nosso limite se dá na fronteira alheia, por isso temos que saber o momento certo de parar. Nesses momentos o “adeus” é o mais indicado. Quanto às outras questões, eu penso da seguinte forma, quando perdemos a “inocência”, perdemos o que temos de melhor dentro de nós e a fantasia é algo que vai junto. O tempo é algo que não volta mais, por isso temos que aproveitar o agora, pois às vezes a segunda chance não é tão boa quanto à primeira, ser drástico em alguns momentos ajuda agir por impulso, é eu gosto dessa palavra, dá uma sensação de liberdade, é inexplicável… Do meu ponto de vista nada acontece por acaso, o mundo é pequeno de mais para coincidências, as pessoas perdem tempo de mais se preocupado com o que os outros, pensam e acabam se coisificando e até mesmo esquecendo o que elas de fato querem, fazem coisas que nem elas sabem explicar o porquê, eis a grande interrogação e ai é que vêm os grandes conflitos internos. Pra mim o final feliz é o que importa, minha filosofia de vida é NUNCA DESSISTIR SEM TENTAR e graças a Deus até hoje vem dando certo, mas claro sempre respeitando os limites alheios e os momentos de parar.

    Um abraço!

  4. adeuscafofo disse:

    Lendo vc, Jessy, pensei um bocado de coisas…

    Por exemplo, se o que fica do gesto-tentativa é a necessidade de recuar, parar, reposicionar-se e ressignificar uma situação e/ou um vínculo frente aos limites intransponíveis (nossos ou alheios), isso não necessariamente é algo ruim…

    Desilusões são tão necessárais quanto ilusões, talvez o grande desafio seja dosá-las e aprender com os limites e possibilidades delas. O tempo tudo transforma. Escrevi um post sobre (des)ilusões no dia 06/11/10, não sei se vc leu…

    No mais, reitero minha sugestão outrora dada em relação ao seu execício de escrita: “Acho que vc não devia parar não!”

    Abraço.

  5. Jessy disse:

    Interessante o seu post que fala de (des)ilusões. Confesso que fiquei intrigada com a frase: tudo é fugaz. Mas vamos deixar isso pra outra hora. Mas só pra registar eu discordo desse ponto de vista!

    Bom acredito que fui mal interpretada, pois não foi isso que eu quis dizer quanto aos momentos que temos que “parar”, pelo contrario, é como você mesma acaba de dizer as duas coisa são necessária, uma depende da outra é isso que traz o equilíbrio, ao meu ver quando paramos e nos colocamos de fora da historia, quando “olhamos de longe”, temos uma visão melhor e outra perspectiva que nos possibilita aprender e nos refazer, no sentido geral, quero registrar aqui, que acho muito bom isso e que tem que acontecer mesmo, é assim que nos tornamos forte e adquirimos experiência para seguir em frente.

    Quanto a tua sugestão, é como eu disse existem limitações, e eu não consigo me expressar de forma clara, na escrita, eu sei que isso requer pratica, mas já tentei tanto, não sei!

    Beijos

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